Clubhouse: por dentro da nova rede social
Tem convite? 👀
Clubhouse, a rede social que cresceu mais rápido que o Tik Tok – passando de 600 mil a 6 milhões de usuários de dezembro pra cá – é exclusiva para o sistema operacional iOS, ou seja, apenas para proprietários de dispositivos da Apple, e o acesso é liberado somente com a apresentação de um convite, cedido ao potencial usuário por algum outro já cadastrado.
Baseada em áudio, conta com diversas salas de bate-papo, com duração pré-determinada. Não há fotos ou vídeos, a não ser as imagens do perfil de cada pessoa, e tudo acontece em tempo real – não é possível reproduzir conteúdo antigo, como nos podcasts e em conversas por áudio no WhatsApp.
Lançado em abril de 2020 – o app foi criado por Rohan Seth, ex-funcionário do Google, e por Paul Davidson, empresário do Vale do Silício – mas se popularizou e gerou estrondosa repercussão no início deste ano, por conta da sua usabilidade, exclusividade e por ser frequentada por personalidades bem-sucedidos da indústria da tecnologia e por celebridades.
A plataforma, definida como drop-in audio chat, preza pela qualidade das experiências e pela espontaneidade das interações. Os criadores a descrevem como um “novo tipo de produto social baseado na voz, permitindo que pessoas em todos os lugares falem, contem histórias, desenvolvam ideias e criem amizades ao redor do mundo.”
O lançamento desse formato inovador para o contexto das redes sociais, foi baseado na tendência multitarefas da sociedade atual: o usuário tem menos tempo ou paciência para executar uma atividade por vez e, por isso, tende a fazer várias coisas simultaneamente.
Esse é o ponto chave da nova rede social, a sua usabilidade, que permite o usuário interagir com amigos e desconhecidos durante a prática de uma atividade física, no trânsito, entre um compromisso e outro ou enquanto realiza tarefas menos complexas, por exemplo.
A peculiaridade no modo como os usuários garantem um acesso, também cria uma percepção de valor e originalidade de conteúdo para todos que integram a rede — e até para os que ficaram de fora.
A melhor maneira de descrever o aplicativo é como uma grande festa em que você pode transitar entre os mais diversos grupos de conversa. O modelo parece uma mistura de podcast, fórum de discussões, salas bate-papo (como os chat online Uol e Terra) e o saudoso mIRC.
Com funciona o ClubHouse? 🤔
Ao acessar o ClubHouse as sugestões de sala aparecem no “feed” do aplicativo, mas os usuários também podem buscar uma lista clubes – salas de bate papo centrada em torno tópicos, que podem ser acessadas conforme interesses individuais. Os usuários podem ser palestrantes, moderadores ou ouvintes.
👨🔧 Moderadores: quem cria a sala e controla o fluxo da conversa, ou seja, quem têm o poder de convidar, silenciar e remover palestrantes;
👨🏫 Palestrantes: são aqueles que podem entrar na sala e falar à vontade. Eles podem ser famosos, influenciadores, especialistas em determinado assunto ou mesmo pessoas comuns que queiram compartilhar sua opinião e experiência;
👂 Ouvintes: participantes que entram nas salas com o microfone no mudo. É possível pedir para falar com um emoji de “mão levantada” 🖐👋 Aí, cabe ao moderador autorizar ou não o pitaco.
É possível criar 3 tipos de salas:
🌍 Salas abertas (Open): conversas públicas e populares, que qualquer usuário do app pode acessar;
👥 Salas sociais (Social): conversas mais intimistas com acesso permitido apenas para pessoas que o usuário segue;
🔐 Salas fechadas (Closed): conversas privadas que apenas pessoas convidadas pelo moderador podem participar.
O limite para ouvintes é de 5 mil pessoas simultâneas. É possível entrar e sair das conversas sem fazer alarde – não surge nenhuma notificação e seu nome só aparece na lista de ouvintes.
A pergunta final é: o fenômeno vai durar? 🧐
Essa resposta ainda é incerta, o mercado ainda discute como a rede funciona e como pode ser usada para negócios ou estratégias de marketing.
Para as pessoas que reclamam dos áudios de um minuto no WhatsApp, o Clubhouse pode parecer um terror. Mas, a popularidade instantânea da rede mostra que muitas pessoas gostam e até preferem o formato de áudio – algo que já era evidenciado pela ascensão dos podcasts.
Além disso, tudo indica que em breve a plataforma ganhe um concorrente, pois o Instagram está trabalhando em uma ferramenta semelhante para salas de áudio – Audio Rooms – que deve ser incorporado à tela de mensagens diretas (direct).
Se você ainda não é usuário do Clubhouse, o jeito é colocar o nome na lista de espera por um convite ou ficar na torcida para o aplicativo ser desenvolvido no sistema Android, e acompanhar o que vem por aí.